Apesar de não ter nascido aqui em Descoberto (nasci em São João Nepomuceno), me considero natural deste pequeno e aconchegante município. Com defeitos e qualidades inerentes aos outros, mas com um povo pacato e acolhedor. Pra cá, vim, logo ao nascer, aqui fui criança, brinquei, joguei futebol, polícia-ladrão, mãe da rua, pique-esconde, cresci, sonhei, me casei, constitui minha familia, vivi e continuo vivendo e um dia repousarei meu corpo para sempre. Procuro sempre valorizar as coisas boas que acontecem por aqui. As ruins, às deixo passar, fazendo olhos e ouvidos de mercador. Fico muito triste quando vejo alguém falar mal desta cidade que aprendi a amar. Sei que tem problemas, muitos, por sinal, mas o que tem de bom, compensa tudo. Aqui não temos violência, respiramos um ar puro, passeamos na praça, onde encontramos as pessoas queridas, vivemos nosso dia a dia, cada um do seu jeito, mas sempre muito felizes, apesar da dura batalha pelo pão de cada dia. Fico admirado, como as pessoas daqui (algumas), às vezes não valorizam o nosso pequeno pedaço de chão chamado Descoberto. Muitas vezes, é preciso sair daqui para ver a falta que faz Descoberto em nossa vida. Também me orgulho em ver pessoas que não conheciam nossa cidade, manifestarem encantamento por nossas plagas. Vou citar duas pessoas, uma que saiu daqui quando pequena, rumo ao Rio de Janeiro, onde depois de estudar e se formar foi tentar a sorte nos EUA, viu, venceu e retornou ao Rio de Janeiro, mas sempre que pode, vem aqui em Descoberto, onde encontra calor humano, hospitalidade e muita paz. A outra pessoa, conheceu à pouco nossa cidade, para onde veio trabalhar, mas já mostra-se encantado pela cidade, onde pretende fixar residência, para onde trará sua futura esposa. Falo de Márcia Martins, que saiu daqui muito cedo, construiu sua carreira de Produtora, fora daqui, mas sempre que pode retorna a nossa cidade. A outra pessoa é o Dr. Jorge Arantes, titular do nosso Cartório, que apesar de estar aqui há bem pouco tempo, já se encantou com nossa cidade e já faz planos para continuar por aqui por muitos anos, trazendo inclusive a futura esposa, Daniellen, que eu tive a oportunidade de conhecer há bem pouco tempo e que também demonstrou muito carinho com nossa cidade.
É preciso que os descobertenses se conscientizem de que moramos no paraíso. Descoberto, mesmo apesar das fofocas de alguns poucos, que não tem o que fazer, mesmo com todos os problemas, que afetam principalmente os municípios de pequeno porte, como a pequena oferta de mão de obra, trabalho, estudo (falo de Faculdade), ainda assim, consegue ser local aprazível, tranquilo, de um povo trabalhador e ordeiro, onde nossas crianças não tem receio em sair às ruas, os pais também não tem medo de deixá-los, certos de que em qualquer lugar que possam ir, encontrarão alguém conhecido, algum amigo ou amiga, que estarão atentos aos seus movimentos, com o intuito de protegê-los se preciso for. O ar que respiramos ainda é puro, sem poluição, a beleza natural, a flora e a fauna se destacam, apesar de alguns poucos "Sem noção", que jogam lixos no chão, nas ruas, à beira de nossos rios, lagos e cachoeiras, espalham sujeira por todo canto e não respeitam a natureza e os animais.
Tomara que um dia possam ter a noção de sua atitude de desrespeito com a vida, que ainda se faz presente por aqui. Não temos enchentes, catástrofes, graças a Deus. O por do sol, como diz Márcia Martins é a coisa mais linda de se ver por aqui. Temos uma Praça que em lugar nenhum do mundo existe, aconchegante, com ar puro, tranquilidade, onde sentamos nos bancos para bater aquele papo, olhando o movimento, o ir e vir das pessoas, como bem disse Jorge Arantes: "Esta Praça é maravilhosa" e ela fica ainda mais linda, quando está cheia de gente, quando tem música a embalar nossos sonhos.
Descoberto de Caboclo Teixeira, de Elmo Bras, Paulo Lima, Newton Lopes e tantos outros líderes, que escreveram seu nome na história. Descoberto de D. Brígida, do Campeão Ronaldo da Costa, do Farmacêutico José Andrade, de Luis de Souza Lima e de D. Rosa Maria de Jesus, de D. Minervina, D. Lyra, de D. Santinha Lamas, da Vó Tina, dos folclóricos João da Popa, João Faustino, Zé Antônio, Tilico, D. Idalina, Padre Arruda, de D. Luzia Xavier, de Sebastião Lamas de Lima, de meu saudoso Tio Totonho Xavier, de Francisco Severino, de Ney Araújo, de Íris Martins, da Dra. Guta, do Dr. Cláudio César, de Antônio Martins, do Capitão Basílio, do Tenente Furtadinho. Descoberto de Valter Russo, de meu saudoso pai Edinho Trombini, terra tão querida e abençoada por Deus.
"Quem bebe desta água, sempre quer voltar pra cá". Apesar de ter problemas, como todos os municípios tem, digo, que Ainda vale a pena viver aqui, por isso faço um apêlo para quem puder interessar: "Descoberto, Ame-o ou Deixe-o".
Por Giovani Trombini
Coluna Papo Dez
Fonte: www.descobertonet.com.br
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